Na Rua do Pinheiro

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Trava-Linguas e lengalengas


A lengalenga é um texto com frases curtas que, normalmente, rimam e com muitas repetições. As lengalengas estão associadas a brincadeiras e a jogos. Se lerem "Histórias da Rua do Pinheiro" encontrarão algumas dessas brincadeiras:

Sarabico, bico, bico
Quem te pôs tamanho bico
foi a velha chocalheira
que come ovos e manteiga
os cavalos a correr
as meninas a aprender
quem será a mais bonita
que se vai esconder.

Cais, cais, cais
oliveiras, olivais
caracóis, rouxinóis
pintassilgos e pardais
e outros pássaros mais.

Joaninha voa voa
a caminho de Lisboa
está lá a tua madrinha
que te dá pão e sardinha

Os trava-línguas são versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou com os mesmos sons, mas em ordem diferente. São oriundos da cultura popular. Além de aperfeiçoarem a pronúncia e a dicção servem para divertir e provocar disputa entre amigos.


Copogericopo
Galhigalhopo
Quem não disser três vezes
Copo gericopo
Galhigalhopo
Não bebe água
Por este copo

Paco guarda
As poucas patas
E a pouco e pouco
Paco papa
As patas

Se com cem serras
Se serram cem ciprestes
Quantos ciprestes
Se serram com seiscentas serras?


Num juncal da Junqueira
Juliana juntava juncos.
À Juliana juntou-se a Joana
E juntas juntaram juncos
No juncal da Junqueira

O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia

Carlos Carlito, caracterizador,
Caracteriza Catarina. E Catarina
Caracteriza Carlos Carlito, o caracterizador

Era um ninho de mafagafos
Com cinco mafagafinhos
Quando a mafagafa vem
Fazem os cinco mafagafinhos
Uma grande mafagafinhada

Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.

Tecelão tece o tecido
Em sete sedas de Sião
Tem sido a seda tecida
Na sorte do tecelão.

Um grande XI-    

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Visita

Este poema vai obrigá-los a pensar um bocadinho.



Porque estava mau, rebelde e ilógico,
Levaram o menino ao Jardim Zoológico.

E dizia a Avó entre a falta dos dentes:
- Repara, os macacos como estão contentes!

E o menino pensava em névoas de bruma
Das selvas distantes
E nos macaquinhos, guinchando entalados
Em grades gigantes!

E dizia o Papá, intelectual:
- O leão, quando não tem fome
A ninguém faz mal!

E o menino pensava em capim ondulante
De um reino acabado
E no leão saudoso
Mas mantendo imponente
A juba doirada de um rei exilado!

E dizia a Mamã, apaziguadora:
- Meu filho, não achas a foca encantadora?

E o menino pensava no branco gelado,
Na neve, na imensidão,
E na foca esquecida, dolente,
Sob o sol escaldante daquele Verão!

E se o menino
Continua mau, rebelde e ilógico
É porque o levaram ao Jardim Zoológico!

                                                                         Eugénia Edviges

Um grande XI-    

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Biografia - Maria Rosa Colaço



Maria Rosa Colaço nasceu em Torrão) Alcácer do Sal em 1935. Fez o Curso de Enfermagem e foi professora do ensino primário em Moçambique e em Almada.
Foi uma acérrima defensora da importância da leitura para o desenvolvimento e educação da criança.
Deixou-nos uma obra repartida entre a literatura infantil, a ficção e o teatro e os programas de televisão para crianças.
"A Criança e a Vida" foi considerada a sua obra mais importante tendo sido traduzida para diversas línguas e teve mais de 40 edições.
Além de outros prémios recebeu o Prémio Revelação de Teatro com a peça "A Outra Margem" e ganhou o Prémio Soeiro Pereira Gomes com o livro "Gaivota".
A Câmara Municipal de Almada promove o Prémio Literário Maria Rosa Colaço com o objectivo de distinguir anualmente obras inéditas redigidas em português no domínio da literatura juvenil e da literatura para a infância.
Faleceu a 13 de Outubro de 2004.


Bibliografia (entre outros)

A Criança e a Vida
Aventura com Asas
Maria Tonta como Eu
O Coração e o Livro
Espanta-Pardais



João-Flor e Joana-Amor são dois simpáticos caracóis irmãos mas que são muito diferentes um do outro. Certo dia o vento leva todas as folhas da árvore onde vivem e, perante a sua tristeza, os manos caracóis decidem ir atrás das folhas para as convencerem a voltar. Como podem calcular é uma grande viagem para os pequenos caracóis, viagem essa que acaba por ser a maior aventura das suas vidas.
É uma edição da Editora Nova Vega da colecção "Grandes Pequeninos" (colecção que também tem incluído o meu livrinho "Marta Aprende a Voar" ) com maravilhosas ilustrações de Fátima Afonso.

Com este livro aprenderão o valor da amizade.







Um grande xi-coração!


domingo, 10 de outubro de 2010

O Dia do Dez

Fui hoje à escola
Pela primeira vez,
Mãezinha , aprendi
A contar até dez!


Sabes quantos degraus
Tem a minha escola?
Não adivinhas…?
Mãezinha já sei
Contar até dez!

Fomos ao recreio
Ao cair das dez.
Contei as badaladas
Sem me enganar.
Mãezinha já sei
Contar até dez!

Na sala de aula
Podes crer em mim
Que os alunos são dez
A contar comigo.
E presta atenção
Naquilo que digo:

A sala tem janelas
Que dão para a praça!
Sabes quantas são?
Mãezinha já sei
Contar até dez!

A praça é alegre
E cheia de vida
Porque bem no meio
Está um sonhador
Que vende balões.
Dez em cada mão.
Contei os balões
Dez de cada vez.
Mãezinha já sei
Contar até dez!

E o mais engraçado
Que te vou contar
É que lá na praça
Está sempre um pedinte
Com a mão no ar
Enquanto murmura:
Só dez moedinhas!
Mãezinha já sei
Contar até dez!

Ah, que desilusão!
Que dia azarado!
Que grande aflição!
Mãezinha ouve bem:

Subi as escadas,
Contei as badaladas,
Nenhum colega faltou,
As janelas lá estão
Abertas para a praça,
O vendedor coitado
Não vendeu nenhum balão,
No ar continua
A mão do pedinte...

E o professor mandou
Contar até vinte!

                     Eugénia Edviges

Um grande XI-    

Dia do Idoso

No dia do Idoso fui mais uma vez ao Lar da Santa Casa da Misericórdia de Benavente fazer actividades com os idosos que lá estão. Dá-me imensa alegria ver a boa disposição que provoco neles. Riram às gargalhadas com as histórias que lhes contei. Declamaram comigo quadras populares que todos conhecem e, no fim, ao som de uma canção popular cantaram e bateram palmas. Adorei! Vejam algumas fotos:


















O Sr. Manuel declamou um poema que copiou de um jornal que lê todos os meses. Adorável!
































São estas pequenas coisas que me preenchem!


Um grande xi-coração!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Literatura dos Melhores Escritores do Mundo (Cont.) A Grande Festa do Mar




Capítulo escritob e ilustrado pela turma do professor Luis:


Para comemorarem todas as aventuras pelas quais tinham passado nada melhor do que fazerem um grande festa. Pérola pensou no assunto: seria muito agradável reunir todos os amigos, na gruta dos Belos Mares, que existia a poucos metros da casa da nossa sereiazinha Pérola. Já estava a imaginar como iria preparar a festa. Falou ao Rubi na sua ideia, tendo este respondido:
- Mas que bela ideia, Pérola. Finalmente, não tens ideias malucas que nos façam correr perigo!
Entusiasmados, meteram mãos à obra:
Sentaram-se à mesa da cozinha para organizar os convites. Estes foram escritos em algas esverdeadas e metidas dentro de conchas muito brilhantes. Pediram aos cavalos-marinhos que entregassem os convites a todos os animais dos mares que eram seus amigos. Seguiu um convite para o Dr. Tentáculo, para o monstro Bizarro, o guardião do tesouro e do navio pirata, para o polvo gigante uma vez que poderia servir de tenda, para as anémonas, estrelas-do-mar e peixes-balão que serviriam de enfeito às tendas.
Seguidamente, foram enfeitar a gruta. Penduraram algas das mais variadas cores a caírem do tecto e o chão coberto de conchas.
Pérola disse ao Rubi:
- Quando chegarem, as estrelas-do-mar ficarão a enfeitar as janelas e os peixes-lanterna iluminarão a gruta.
- Vamos ter uma festa linda - disse Rubi!
Pouco a pouco foram chegando os convidados. Vinham muito contentes, porque era muito raro haver qualquer acontecimento especial!
Perto de casa de Pérola vivia uma anémona muito idosa que tinha muito jeito para confeccionar iguarias e ofereceu-se para fazer os bolos e os salgados. No centro da gruta estava uma mesa cheia de coisas saborosas. Chegou o polvo que se ofereceu para fazer de tenda à frente da gruta. Estava todo vaidoso por se tornar útil. Mas ao ver passar um grupo de caranguejos, pensou que seriam um bom petisco. Mas Pérola disse:
- Não, hoje não vais comer os nossos amigos caranguejos. Hoje é dia de festa!
Pendurados na gruta estavam os peixes-balão. Inchados, pareciam mesmo balões e a sereia e o golfinho, quando passavam, batiam-lhes para eles voarem, mas os picos que tinham eram perigosos.
Chegou também o monstro Bizarro. Estava envergonhado, porque nunca tinha conhecido ninguém e nunca tinha estado numa festa. Tinha vivido sempre no fundo do mar a guardar o tesouro que o capitão lhe tinha confiado. A pouco e pouco sentiu-se mais à vontade. Foi então que se apresentou a todos os animais que estavam na festa:
- Eu chamo-me Monstro Bizarro! E estou muito contente por me convidarem. Ofereceu-se logo para servir o champanhe e as caipirinhas que sabia fazer muito bem.
E muitos animais estavam a chegar por terem ouvido falar de uma grande festa que a Pérola estava a organizar na gruta dos Belos Mares.
Chegaram tartarugas com capacetes na cabeça, por causa da longa viagem que fizeram, raias que planavam, dando às barbatanas. Davam uma imagem muito bonita.
Enfim todas as espécies de animais que havia no mar. E por fim chegaram os mais diversos peixes, vindo do fundo do mar, que tinham luz própria e deram à festa uma grande iluminação de todas as cores.
Rubi disse:
- Falta-nos a música!
Foi então que o Dr. Tentáculo se ofereceu para ser o DJ. Com búzios, conchas e pequenas pedras fizeram uma mesa de instrumentos.
Era bonito ver o Dr. Tentáculo a fazer música batendo com os tentáculos nos instrumentos musicais, improvisados.
Pérola acompanhava a música com castanholas feitas de duas conchas.
A festa prolongou-se até de madrugada.
Pérola e Rubi estavam felizes.
- Como é bom estarmos com os amigos!


Um grande xi-coração!