Na Rua do Pinheiro

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

UM DIA DE CHUVA

Que triste está o céu esta manhã!
E o João olha a rua cinzenta por trás da vidraça...
Começa a chover... a chover...

Que fazer neste dia feriado?
Pensa o João desanimado.

Por um instante sente-se bem
A ouvir a música da chuva a bater na janela...
Parece querer entrar no quarto do João...
E continua a cair...musical...e...
Aborrecida...!

Que fazer neste dia?
Pensa o João sem alegria.

Olha ao redor do quarto:
O tambor, por qualquer motivo
Inexplicável, tem um buraco;
O avião aterrou em cima do seu sapato
Ficando com as asas pendentes
Como as orelhas do Farrusco.
Pela boca da mochila
Espreitam lápis de cor sem bico
E canetas sem carga.
O carrossel dos animais não girava
Porque o João quisera saber
Como aquilo trabalhava.
Para o jogo, só com um colega
Mas...não sabe como... perdera os peões.

Suspirou desanimado.
Que fazer num dia feriado?

Olhou para a estante
Sobre a cama de ferro.
Lá estavam direitos,
Cobertos de pó
Os livros coloridos
Que lhe dera a avó...
Parece que o chamavam...

Saltou para a cama...
Desfolhou aqueles novos amigos.
Encantado, leu com avidez
sem interromper...

Shiu! Chuva, bate devagarinho
Não distraias o menino
Porque ele está a ler...!

                                                           Eugénia Edviges

Um grande xi-coração!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Literatura dos Melhores Escritores de Mundo (Cont.)A Magia da Amizade

Olá! Desculpem a minha ausência durante tantos dias. Sabem, não sei se convosco se passa o mesmo mas todos temos os nossos "dias não". Mas temos de saber dar a volta e ultrapassar as situações. E cheguei à conclusão que a melhor maneira de ultrapassar os "dias não" é escrever para vocês através do nosso blogue. É uma boa terapia!

Segue o capítulo escrito e ilustrado pela turma da professora Fernanda, de Santo Estêvão:


Naquele dia Pérola e Rubi pensaram ir passear até à praia que ficava mais perto da sua casa.
Estava um lindo dia, com um sol brilhante, um céu límpido, sem nuvens.
Seria aborrecido ficar em casa sem fazer nada.
Passaram por barcos de pescadores, pela casa do Dr Tentáculo, que estava a tratar de um peixe palhaço que tinha manchas de óleo, e que não conseguia nadar.
Quando chegaram à praia viram que estava muita gente a tomar banho e a apanhar sol na areia.
- Que triste me sinto! Como gostaria de brincar com eles!
- Mas és feliz no meio dos teus amigos do oceano! Eu sou um deles!
- Sim, mas adorava conhecer outras pessoas, embora saiba que é impossível.
Pérola, então olha mais atentamente. Entre umas rochas distingue um jovem muito bonito. Tinha o cabelo loiro, era esbelto e parecia estar triste, porque não tinha ninguém a fazer-lhe companhia.





- Como gostaria de falar com aquele jovem!
- Não o podes fazer! És uma sereia e ele é um humano. Não podes ir à terra.
Pérola não se conforma. Que fazer? Não conseguiu resistir. Aproximou-se do sítio onde estava e acenando-lhe, disse:
- Olá! Eu chamo-me Pérola. E tu?
O rapaz olhou para ela admirado, por ver aquela linda rapariga a surgir do mar. Era muito estranho! Mas também era muito bonita.
- Eu sou o Afonso! Vem para perto de mim. Podemos conversar.
- Não! Prefiro ficar dentro de água a falar contigo.

Conversaram algum tempo e ficaram amigos
Até que Afonso perguntou:
- Queres sair comigo e irmos passear?
Pérola não pensou e disse:
- Sim, gostaria muito.
Rubi que tinha assistido a tudo disse-lhe baixinho:
- Pérola! Mas o que estás a fazer? Tu não podes sair do mar!
Pérola ficou triste ao ouvir as palavras do amigo.
Rubi não podia vê-la triste e disse:
- Tenho uma ideia! Sabes, a Doutora Alforreca tem uma poção mágica que o seu trisavô inventou há muitos anos.
- Então vamos. Respondeu a Pérola.
- Mas espera, há duas condições para a poção fazer efeito.
- Mas vamos já para casa da Doutora Alforreca.
Pérola despediu-se do jovem Afonso e este disse-lhe:
-Esperarei por ti às quinze horas e quarenta e cinco minutos, neste local. Porque não sais de dentro da água?
- Porque os meus pais esperam-me além naquelas rochas. Vou ter com eles pelo mar.
Depois de se despedir de Afonso, seguiu com Rubi para casa da Dra Alforreca.
Esta recebeu-os com muita alegria! Quando lhe contaram o que iam fazer, ficou preocupada. Nunca tinha contado o seu segredo a ninguém. Mas perante a insistência de Pérola e de Rubi, concordou.
- Está bem. - disse ela - Mas olha que a poção só faz efeito com duas condições que são: terás de regressar antes do pôr do sol e só poderás beber esta poção uma vez.
A Dra Alforreca preparou a poção, com as misturas que só ela sabia e entregou a mesma a Pérola, colocando-a num frasco.
- Só poderás beber a poção na altura do encontro, porque faz efeito imediato.
Pérola ficou contente. Finalmente poderia ser um humano e conversar com eles, embora por pouco tempo.
Seguiu para a praia. Rubi recomendou-lhe muito cuidado e para ter atenção ao pôr-do-sol. Rubi sentia-se preocupado porque era a primeira vez que não ia com ela.
O amigo ficou em casa à sua espera.
Passaram algumas horas e quando espreitava pela janela, viu Pérola regressar. Era novamente uma linda sereia e vinha com um rosto sorridente e feliz. Rubi sentiu-se também feliz por ver a sua amiguinha regressar.
- Valeu a pena! Por um curto espaço de tempo vivi uma nova experiência. Foi maravilhoso! Mas, estar no fundo mar com todos os meus amigos, e na minha casa da gruta é que me sinto verdadeiramente feliz!


Como o Capítulo prometia ser extenso foi concluído pela turma da professora Isabel





Entretanto, Afonso que tinha ficado na praia a ver Pérola afastar-se, ficou a pensar no que tinha acontecido. Intrigava-o o facto de Pérola despedir-se dele junto a umas rochas e desaparecer por detrás delas. Que se passaria com aquela menina?
Vou estar diariamente neste sítio da praia à espera de a tornar a ver. Aquela menina é um mistério para mim.
Pérola, na sua casa da gruta, também se sentia entristecida por julgar que nunca mais veria o seu amigo. Como gostaria de o voltar a ver.
Rubi não gostava de ver a sua amiguinha assim tão triste, e perguntou-lhe:
- Pérola, que se passa contigo? Porque estás triste?
- Estou com saudades do meu novo amigo.
Rubi pensou no assunto. O que poderia fazer? Se a Dr.ª Alforreca tivesse uma solução… Ou então eu mesmo irei tentar dizer ao Afonso que a Pérola está triste por sua causa.
Se bem o pensou, melhor o fez. Dirigiu-se à praia onde estava Afonso sentado numa rocha a olhar o mar à espera de ver a sua amiguinha. Rubi espreitou sobre as ondas do mar e começou a fazer o seu grito característico e a dar saltos sobre a água para atrair a atenção de Afonso.
Durante algum tempo Afonso não reparou, mas Rubi continuou com os seus saltos e ruídos que toda a gente conhecia. Até que Afonso olhou p e estranhando aquele golfinho estar a saltitar junto à costa e frente a ele.
Rubi aproximou-se mais, como a pedir que Afonso subisse para o seu dorso. Afonso perplexo, não sabia o que pensar, mas encheu-se de coragem e subiu para o dorso do golfinho que o levou para o sítio onde ficava a casa de Pérola.
Chamou Pérola bem alto para ela ouvir. Pérola que estava à janela da sua gruta, foi ao encontro do chamamento.
- Que se passará? O Rubi está a chamar-me para ir à superfície. Vou ver o que ele quer.
Nadou até ao sítio onde estava o Rubi e quando viu o seu amigo no dorso do golfinho, ficou aflita, porque assim, descobriria que ela era uma sereia.
Afonso, ao vê-la ficou deslumbrado! Então era isso! Pérola é uma sereia! E uma sereia linda, maravilhosa!
Falaram os dois e em pouco tempo combinaram o que poderiam fazer para continuarem a ver-se!
- Seria tão bom que nos pudéssemos encontrar sempre que quiséssemos! – exclamou Pérola.
Rubi, que gostava que a sua amiga fosse feliz, teve uma ideia:
- Pode ser que a Dr.ª Alforreca, que é uma grande sábia, tenha uma solução para que Afonso possa descer ao fundo do mar.
- Que bela ideia! Vamos falar com a Dr.ª Alforreca!
- Pérola, mas é preciso ter cuidado com esta situação, que o Afonso não diga a ninguém que tu és uma sereia porque se assim não for, vêm os homens, levam-te e nunca mais nos verás.
Afonso respondeu:
- Claro que guardarei segredo! Porque a verdadeira amizade é respeitar o nosso amigo e confiarmos nele. Portanto, além disso eu ajudar-vos-ei a cuidar do mar. Na superfície vigiarei os pescadores ilegais bem como todas as pessoas que querem fazer mal às espécies marinhas nomeadamente aos corais.
A Dr.ª Alforreca veio também ao chamamento do Rubi. Depois de lhe explicarem a situação, ela pensou, pensou, pensou… e disse:
- Já sei! Conheço uns pós mágicos que misturados formam uma bolha onde Afonso poderá descer ao fundo do mar.
Quando estiver no fundo poderá sair da bolha por algum tempo. Mas para isso terá de proferumas palavras mágicas, que são:


A amizade é importante
Tudo farei para a manter
Por isso, é num instante
Que a minha amiga vou ver!


Vou descer ao meu laboratório e fazer a poção mágica. Já voltarei.
Rubi, Pérola e Afonso ficaram à espera na superfície.
Passado algum tempo apareceu a Dr.ª Alforreca com a poção num saco. Aproximou-se de Afonso, mandando-o pôr os pés dentro do saco, puxando as pontas até à sua cabeça. Foi então que disse umas palavras mágicas:

- Abracadabra, abracadabrá!

Uma bolha vai encher-se já!”

Afonso e Pérola não cabiam em si de contentes. Assim, desceu ao fundo do mar com Pérola e Rubi e foi visitar a sua casa. Quando lá chegaram Afonso disse a quadra mágica e saiu da bolha. Era uma experiência única, espectacular! Como era bom ser amigo dos seres marinhos e da sereia.
Pérola, nessa altura, pensou fazer uma surpresa a Afonso. Pediu ao Rubi para ir chamar todos os seus amigos marinhos.
- Trá-los todos! Eles que venham conhecer o meu novo amigo que é um defensor dos oceanos.
Pouco a pouco todos chegaram: a baleia e a sua cria, o Dr. Tentáculo, a Dr.ª Alforreca, o Monstro Bizarro, o cavalo-marinho, o polvo gigante, o peixe - palhaço e tantos, tantos que o largo da casa da gruta era pequeno para acolher todos.
- Como estou feliz! – disse Afonso. Isto é maravilhoso.
A baleia convidou:
- Pérola vem com o Afonso para o meu dorso. Iremos juntos num passeio pelo mar.
Assim foi. Pérola e Afonso viajaram pelo mar. Passaram ao largo da praia e da ilha do náufrago. As ondas batiam-lhe nos rostos. E o seu olhar demonstrava uma grande felicidade.


Pronto! Foi o último capítulo dos Melhores Escritores do Mundo! Brevemente postarei mais contos escritos por turmas do 1º ano.

Um grande xi-coração

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A minha experiência com o Pai Natal

Gostei muito de estar convosco na Feira do Livro do concelho de Benavente, que decorreu entre 27 de Novembro e 11 de Dezembro, e no Centro Escolar de Benavente a falar da minha história "O Pai Natal Existe" .
A história retrata uma experiência que eu tive numa certa noite de Natal quando era da vossa idade.




















Gostei do vosso interesse pelo pequeno livrinho. Da vossa admiração por a minha árvore de Natal apenas ser enfeitada com bocadinhos de algodão e do meu presépio ter figuras feitas por mim, moldadas em barro, que eu ía buscar ao campo.




















Conseguiram recompensar-me com as vossas perguntas e comentários






Até levei adereços para perceberem melhor como eram os meus natais. Só havia o candeeiro a petróleo para dar luz? Então não havia computadores, nem televisão! Não havia electricidade?! Coisa espantosa!
- Não tinhas luzinhas na árvore de Natal...?
- Como é que brincavas...?









Aqui ficaram admirados. Como era possível fritar "velhozes" naquela "coisa", que se chama "fogareiro a petróleo"! Todos soltaram "Ahs!" de admiração. O quê? Não havia fogões a gás! Nem aquecedores? Nem frigoríficos? Como é que pode ser?!
- Assim, os velhozes levavam muito tempo a fritar...
- A comida não se estragava...?










Pôr a massa dos "velhozes" debaixo dos cobertores, na cama!?

- A minha mãe bate com a batedeira eléctrica e frita logo...
- A minha mãe compra na pastelaria...




















A atenção era constante. Numa turma pedi para fecharem os olhos e imaginarem o meu Natal com a lareira acesa, o candeeiro a petróleo a formar claridade doirada nas paredes, a minha avó a fritar os velhozes no fogareiro, a árvore cheia de "neve" de algodão e o presépio iluminado por velas... e perguntei-lhes:
- Estão a imaginar? Estão a ver?

De olhos fechados e sorrisos nos rostos, disseram que sim, acenando com a cabeça.

- Vejam como os meus natais eram mágicos...


Um grande xi-coração

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Marcha Radetzky - Concerto de Ano Novo 2010 - Georges Pétre

Então, como passaram o dia de Ano Novo? Espero que à lareira e a depenicarem bolo-rei.
Eu, como sempre faço todos os anos,deliciei-me com o Concerto de Ano Novo realizado pela Filarmónica de Viena. É um concerto de música clássica com peças dos Strauss (pai e filhos), mas por vezes tocam peças de outros compositores. É dado pela Eurovisão e mais de 50 países assistem a este evento. Os concertos são transmitidos no Salão Maior do Musikverein de Viena. O Salão é decorado todos os anos com flores oferecidas pela Itália. Este ano estava lindo, decorado com rosas.
Durante o concerto, também podemos assistir a bailados gravados em diversos monumentos famosos da Áustria. São dançarinos da Ópera Estatal de Viena. Emociono-me ao ouvir o Danúbio Azul acompanhado de ballet e adoro a última música que é sempre acompanhada com palmas, pelos assistentes - a Marcha Radetzky.
Este ano tive a sorte de ver o programa duas vezes porque descobri que deu à tarde na RTP1 e à noite na RTP2. Foi maravilha a dobrar.
Só para ficarem com uma amostra do que é o concerto, e para que sintam vontade de assistir no próximo ano, aqui fica a Marcha Radetzky, do concerto do ano passado que descobri no Youtube. E a seguir podem ouvir o Danúbio Azul - concerto de um ano anterior. Estas músicas fazem-nos sempre bem. Podem crer que hoje preciso mesmo de as ouvir. Apreciem.

Cliquem na "pausa" do Playlist para não prejudicar a audição do vídeo.