Na Rua do Pinheiro

sábado, 26 de março de 2011

27 de Março - Dia Mundial do Teatro

O Dia Mundial do Teatro celebra-se a 27 de Março. Também neste dia se comemora o Dia do Circo.
Por isso vou falar um bocadinho de Teatro.
Teatro tem origem no termo grego Theatron, que significava o "lugar de onde se vê", isto é, o espaço que é ocupado pelo espectador. Ninguém sabe ao certo qual a origem do teatro. Há estudos que apontam para os rituais das épocas primitivas, outros que referem que talvez ter-se-à desenvolvido a partir de danças, imitações, jogos.
Uma peça de teatro é uma forma literária normalmente constituída por diálogos entre pessoas (as personagens) e que se destina a ser representada e não lida.
O Teatro de Epidauro (cidade da Grécia antiga), era muito grande, permitindo que milhares de pessoas assistissem a um acontecimento que envolvia toda a comunidade.


Em Lisboa temos o Teatro Nacional D. Maria II, inaugurado no dia 13 de Abril de 1846, no reinado de D. Maria II de Portugal. A peça de estreia foi "O Magriço" e os "Doze de Inglaterra", peças escritas por Jacinto Aguiar de Loureiro


Gil Vicente (1465-1536?) é considerado o fundador do Teatro português, o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. No teatro desempenhava as tarefas de músico, actor e encenador. É o "pai" do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico, pois escreveu também em castelhano. Nas suas peças introduziu elementos populares que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa



O Monólogo do Vaqueiro, como teria sido representado pelo próprio Gil Vicente, de acordo com a tela pintada por Roque Gameiro (pintor e desenhista português, especializado na arte da aguarela).


Para festejarem o Dia Mundial do Teatro, peçam aos pais para vos levar ao Teatro Armando Cortez, em Lisboa para verem o Grupo de Teatro Infantil de Lisboa que leva à cena pelas 15 horas o espectáculo de teatro musical "O Quebra- Nozes e o Rei dos Camundongos". Para maiores de 4 anos, e por ser dia do Teatro, os bilhetes são a 8 euros. Será uma tarde bem passada.
Um grande xi-coração


segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia

Hoje Comemora-se o Dia Mundial da Poesia. O Centro Cultural de Belém antecipou este dia e ontem, dia 20, propôs várias actividades sobre a poesia. Começou às 11 horas com a abertura da Feira do Livro de Poesia, seguindo-se uma Maratona de Leitura com várias personalidades a declamarem poemas de Herberto Helder, que foi este ano homenageado. Também havia actividades relacionadas com a Poesia para as crianças e vários espaços onde o público podia declamar um poema. Foi um dia maravilhoso. Eu tive a sorte de poder declamar um poema meu.




































A poesia deve estar sempre presente na vossa vida. Assim, tomo a liberdade de transcrever dois poemas de dois grandes poetas: Sophia de Mello Breyner e Bertolt Brecht. Leiam pausadamente e irão adorar.



Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.

Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.

Será o mesmo brilho, a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.



Da Violência

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento
Mas ninguém diz violentas
as margens que o comprimem.





Não me quero comparar a Sophia ou a Brecht, mas aqui fica também um poema meu:


Sob Aquela Árvore da Minha Infância

Sob aquela árvore da minha infância
Pairam fantasmas de risos e lágrimas.
E o tempo ausente
Pressente em mim
Uma voz dolorida.

Sob aquela árvore da minha infância
Ouvem-se cantigas de embalar.
E o baloiço dança...
Balança o meu corpo
Nas voltas da vida.

Sob aquela árvore da minha infância
Procuro rever imagens de outrora.
Lanço os meus braços,
Passos dou em vão
Na paisagem perdida.


Um grande xi-coração poético

sexta-feira, 11 de março de 2011

Um Livro e Um Poema de João Pedro Mésseder

Este poema foi retirado do livro de João Pedro Mésseder "O g é um gato enroscado". Trata-se de um livro de poemas, ilustrado por Gémeo Luis, que está incluído no Plano Nacional de Leitura.



UM LIVRO



Levou-me um livro em viagem,
não sei por onde é que andei.
Corri o Alasca, o deserto.
Andei com o sultão do Brunei?
P`ra falar verdade, não sei

Com um livro cruzei o mar,
não sei com quem naveguei.
com marinheiros, corsários,
tremendo de febres e de medo?
P`ra falar verdade, não sei.

Um livro levou-me p`ra longe,
não sei por onde é que andei.
Por cidades devastadas,
no meio da fome e da guerra?
P`ra falar verdade, não sei.


Um livro levou-me com ele
até ao coração de alguém,
e aí me enamorei-
de uns olhos ou de uns cabelos?
P`ra falar verdade, não sei.

Um livro num passe de mágica
tocou-me com o seu feitiço:
deu-me a paz e deu-me a guerra,
mostrou-me as faces do homem
-porque um livro é tudo isso.


Levou-me um livro com ele
pelo mundo a passear,
não me perdi nem me achei
-porque um livro é afinal...
um pouco de vida, bem sei.


Um grande xi-coração

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de Março de 1857, um grupo de operárias de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve. Queria a redução da carga horária de trabalho, porque trabalhavam 16 horas por dia. e recebiam menos de um terço do salário dos homens. As operárias foram fechadas na fábrica, tendo sido depois declarado um incêndio, e aquelas mulheres (cerca de 130) morreram queimadas.Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.
Esta é a minha forma de comemorar a data: um poema à Mulher-Mãe


POEMA À VIDA

Fecundo, o ventre da Mulher vibrou
Sentindo em si a seiva vigorosa
Como terra arada em manhã orvalhosa
Como verso começado que o Poeta imaginou

Fecundo, o ventre da Mulher cresceu
Sentindo em si a força do amor
Como trigo ceifado em manhã de calor
Como verso completo que o Poeta escreveu.

Soem cânticos no ar, soem louvores
Aos pés desta Mulher deponham flores
Sorriam crianças que este Mundo tem

Que algum trovador componha uma trova
Que o vento seja arauto desta boa nova
Porque acaba de nascer mais uma Mãe!


                                                           Eugénia Edviges


Um grande xi-coração!