Na Rua do Pinheiro

domingo, 28 de outubro de 2012

GALARÓ


Tinha a crista mais vermelha
Do que o coral que há no mar
Tinha as cores mais bonitas
Que um galo pode mostrar



De manhã, ao acordar                                                           
Enchia o peito e cantava
Era tão forte o seu canto
Que até o sol acordava

As galinhas da capoeira
Andavam apaixonadas
Pelo galo Galaró
De penas sempre agitadas.

Viviam entristecidas
Por não poderem dormir
Mas a paixão que sentiam
Impedi-as de agir.

Pelo romper da manhã
Era de mais o berreiro
Ficavam tão ensonadas
Que caíam do poleiro.

Que fazer? -Diziam elas-
Para que não cante mais,
Deixar de fazer barulho
A horas tão matinais?

Certa manhã, como sempre,
Galaró, já bem desperto
Vai para soltar o canto
Mas fica de bico aberto.

No poleiro à sua frente
Estava uma linda galinha                                                           
De penas lisas, brilhantes
Parecia uma rainha.

O seu bico avermelhado                                                    
Da cor de uma framboesa
 Fez Galaró perder a voz
Perante aquela beleza.

E quando o sol brilhou mais
Mostrando o seu esplendor
Galaró solta um suspiro
E declara o seu amor.

A partir daquele dia
Galaró apaixonado
Só olhava para a galinha
Que o tinha enfeitiçado

Para tudo acabar em bem
Não mais veio a cantar
Nascerem dez pintainhos
Não os podia acordar

 Agora havia sossego
As galinhas agradeciam
Não andavam ensonadas
Pois toda a manhã, dormiam.

Eugénia Edviges

Um grande xi-coração

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A Que Sabe a Lua




Sabe a prosa, sabe a rima
Sabe a amor, sabe a carinho
Sabe a luar, sabe a céu                                             EE
Sabe a abraço e  a beijinho.

Sabe a girafa, sabe a leão,
Sabe a zebra e a peixinho
Sabe à nossa imaginação                                          SF
Ao que aparecerá naquele tapetinho.

Sabe a tristeza e a dor
Sabe a mágoa, sabe a esperança
E sabe a sonho...que o Poeta                                   EE
Nunca pára nem descansa!

Um sabor interessante
De uma lua a alcançar
Que todos olham...reparam                                      SF
Mas a que não podem chegar.

Sabe a chuva, sabe a sol
E às cores de uma paleta
Sabe a tudo o que existe                                        EE
No coração do Poeta!

Sabe a chupa, sabe a gelado
Sabe a bolo de esperança
Sabe tudo a que existe                                          SF
No olhar de uma criança.

               01.03.2011

               AUTORAS: Eugénia Edviges
                                   Sandra Ferreira (Biblioteca Municipal de Benavente)

um grande xi-coração

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Peixe e o Gato - António Torrado

Um texto de António Torrado


Era uma vez um peixe.
Era uma vez um gato,
um gato gaiato com sonhos e cócegas
de gato macaco.
- Vem daí, ó peixe, brincar-me no prato!
Ó peixe de prata, de prata barata,
vem jogar comigo ao gato e ao rato!

O peixe dançava nos olhos do gato.
Por dentro do vidro, voava em recato...
"Há perigo? Que perigo?
Estou vivo e bem vivo
e bem protegido."
Bolinhas subiam em ondas de ornato...
E o gato, um safado, malhado do mato, dizia:
- Troquemos, peixinho, e já, sem demora,
eu vou para a redoma,
tu vens cá para fora.
É que ando cansado do ar que respiro,
suspiro por água. Nadando, sou foca,
sou pato a vapor, sou gato a motor...
Salta daí! Vamos! Troca!

O peixe descia, fugia, fugia...
Não ia em batota nem troca-baldroca.
- Ah, sim?! - lhe dizia o gato do mato.
- Tens boca e não falas?                                                        
Mas, diz, finalmente não vais no contrato?

O peixe de prata, de prata lavrada
nadava, nadava...

Então, mais sensato o gato-pingado
gritou para o buraco:
- Quebrou-se o contrato. Não brinco contigo.
Fica do teu lado que eu fico onde fico
e desde já te digo,
meu carapau calado,
que hás-de afogado
morrer, para castigo.

Lá foi o gato amuado
pregar para outro postigo,
enquanto o peixe de prata
nadava de largo em largo
no lago feito baía.
E cada escama lhe ria...

Um grande xi- coração

sábado, 20 de outubro de 2012

LER




Ler para aprender,
Ler para brincar,
Ler para sonhar,
Ler para ter
Amigos imaginários
E participar numa grande aventura.
Ler é ternura.
Ler para conhecer
Outros lugares;
Conhecer princesas, monstros
Castelos, palácios...
Ler é alegria,
Ler é magia...!
Ler para ir à lua e voltar
Ler para ir ao centro da terra
E ao fundo do mar!


Eugénia Edviges